sábado, 26 de dezembro de 2009

Treino de Goleiros com o Professor Medeiros

http://www.youtube.com/watch?v=yh1_r7TA9xo

http://www.youtube.com/watch?v=C0WcDV4fEiM&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=USX-5BE8uTY&feature=related

Treino Técnico Tático com o Professor Abelha

http://www.youtube.com/watch?v=UgkXVsWYntc

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Tendências Evolutivas do Jogo de Futebol

O modelo atual do futebol, forte e competitivo, exige que seus atletas tenham comportamentos e ações velozes, uma vez que a competição objetiva solucionar os problemas criados pelo adversário e pela improvisação que a própria natureza do jogo vai criando. Assim, a essência de uma tarefa de treino é transformar e criar determinadas situações que as torne semelhante à ação competitiva, a fim de reconhecer, antecipar e superar, por meio de comportamentos e condutas, os problemas criados, o que permite aos atletas responderem de forma adaptada.
A análise das Tendências Evolutivas do Jogo coloca várias questões a serem analisadas e aprofundadas para que sejam retirados os ensinamentos que a realidade concreta de cada contexto profissional vai exigindo. O constante bloqueio das três zonas do campo (defesa, meio de campo e ataque), sejam por ações ofensivas ou defensivas, levam à alternância de períodos de corrida lenta, média e rápida ocasionada pela movimentação dos atletas e circulação da bola, ou seja, o ritmo de jogo é fixado pela equipe que tem a posse de bola. Logo, a importância de um jogador universal, que domine as ações ofensivas e defensivas nos diferentes setores do campo, é uma realidade para o futebol atual.
Essa clara tendência, que aponta para o aumento do ritmo de jogo, manifesta-se, não tanto para aumentos na distância total percorrida, mas no sentido de incrementar o número de situações próximas da intensidade máxima, as quais são, como já mencionado, as mais determinantes e decisivas do jogo. Tal realidade faz com que o atleta evolua nos mecanismos de percepção e decisão, levando esse atleta a assumir uma importância determinante na expressão do jogo, uma vez que é na competição, no jogo, que a capacidade específica dos atletas se revela, estando a sua atividade associada à imprevisibilidade e à complexidade de suas ações.
Nesse sentido, Freire (1990) afirma que a compreensão da estrutura “microscopia” do jogo de futebol é uma das chaves para a sistematização do universo técnico e metodológico dos jogos desportivos coletivos.
Já Queiroz (1986), sustenta que a investigação futura ao nível do futebol deve estar centrada na qualificação e quantificação das ações de jogo, bem como preconiza que, por meio de observações sistemáticas dos comportamentos dos jogadores em jogo, se identificam tendências relevantes que, pela sua constância podem contribuir para elaboração de modelos.
Tal entendimento é partilhado por Pinto & Garganta (1989), ao afirmarem que a análise das características específicas do jogo de futebol, a verificação de suas tendências evolutivas e a repercussões destas na orientação metodológica do processo de treino desportivo constituem aspectos determinantes para elevação do nível de jogo e para consequente evolução da modalidade.
Dessa forma, a experiência tem mostrado que o entendimento do jogo como subproduto de comportamento e capacidade motora é ineficaz, já que é inferior a qualquer fator de rendimento, pois o desempenho dos atletas depende do entendimento dos processos de informação (leitura de jogo).
Eis, portanto uma tarefa complexa, contudo prioritária, o que demonstra a dificuldade no entendimento e quantificação do jogo de futebol.
O relato a seguir pertence ao professor Paco Seirul’lo, preparador físico que há 15 anos comanda a estruturação e preparação da equipe do Barcelona:
“ Durante os últimos trinta anos de minha vida, tenho buscado incessantemente o que poderíamos chamar de uma nova, ou menos diferente, uma teoria do treinamento, que explique, descreva e conforme, o treinamento específico para os desportos chamados de equipe, e que foram realmente distintos da Teoria Geral do treinamento.
Pouco a pouco, tenho logrando algo partindo para estudar a genética de formação e essa teoria geral, que tem fundamentado seu desenvolvimento na investigação e prática dos deportes individuais, especialmente do atletismo e halterofilismo, tomando um grande impulso a partir dos anos 50.
Temos que ter presente que, desde os anos 70, a matéria de estudo Teoria Geral do treinamento não existia com assiduidade nos estudos da licenciatura de Educação Física e Deportes, não nos planos de estudos das Escolas de Treinadores dos distintos desportos de nosso país.
Durante este tempo de elaboração e aplicação de modelos preconizados pela Teoria Geral, temos identificado múltiplos conflitos para sua completa utilização de treinamento dos desportos de equipes, o que tem proporcionado maior interesse em poder confirmar uma Teoria Especial.
Por isso, tenho acreditado no aporte das ciências que tem tratado de aumentar o acervo de conhecimentos sobre a complexidade do ser humano e tem aumentado em último terço.
Este estudo nos tem levado a concluir que as chamadas “ciências da complexidade” apontam os estudos científicos suficientemente válidos para intervir na compreensão do tipo de acontecimentos que aparecem na prática dos desportos de equipe.
Graças a eles, tentamos obter certas premissas aplicáveis ao estudo e implantação de métodos de treinamento que proporcionem conhecimento e níveis ótimos à prática dos desportos de equipe.”
Estas premissas se concretizam em:


1. O paradigma clássico não é válido para identificar as estruturas interativas dos jogos que, por seu dinamismo, só podem ser identificadas pelo paradigma da complexidade;
2. Porém, podemos confirmar uma teoria especial para todos os desportos de equipe, em que cada desporto deve propor e desenvolver elementos específicos dentro deste âmbito, para serem ajustadas e compartilhadas com a especificidade com que cada regulamento permite desenvolver para o jogo;
3. Para o estudo de todos os desportos de equipe, temos nos centrados na pessoa do desportista, com critérios específicos que comprometem a sua natureza humana, o que, sem dúvida, nos aboca a necessidade de elaborar conhecimentos sobre o desportista e o desporto que pratica;
4. Qualquer meio ou sistema específico de treinamento deve se ajustar às condições de complexidade implícitas com as informações e interações parecidas com a da competição entre os jogadores, meio e objetivos implicados com a prática;
5. Qualquer meio e tecnologia de evolução de rendimento, tem que focalizar os aspectos qualitativos específicos, e não os quantitativos, que são próprios da teoria geral, sem duvidar nunca do caráter particular e eventual dessas informações.
Há necessidade de propor guias para a planificação do treinamento, que atendam às necessidades da competição, tanto como a preservação da vida desportiva dos jogadores.
Com estas premissas, desenvolveremos as condições de compreensão do treinamento de todos os desportes de equipe e, em especial, do futebol, que é um dos desportos constituído por um “jogo perfeito”. Assim, haverá melhora desta qualificação por suas condições de prática de complexo nível informacional e motor, o que compromete a totalidade das estruturas conformadoras do ser humano, em necessárias coevoluções sistêmicas e subsistêmicas hierarquizadas por critérios espaços-temporais específicos do jogo.
Considerando que o futebol está em uma subzona limite entre a ordem e o caos dissipativo, portanto, pertencente de pleno âmbito de complexidade, conclui-se que a informação e interação são suas emergências mais notáveis.
Logo, o estudo utilizado lhes dará um suporte insubstituível, que lhes permitirá navegar em um mar de certeza, do inesperado, de ter a segurança da divisão do indivisível, do gosto que pode tratar seus jogadores como humanos, inteligentes, sem perder o controle da equipe, em beneficio da arte e do desconhecido.
Abraços.
Referências: