quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Futebol Internacional

Rússia e Qatar são eleitos sedes das Copas de 2018 e 2022


Países sediarão Mundial pela primeira vez na história. Blatter aprova as escolhas.


LANCEPRESS!

Publicada em 02/12/2010 às 13:40

Em eleição realizada nesta quinta feira na sede da Fifa, na cidade Suíça de Zurique, Rússia e Qatar foram eleitos sedes dos Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente. Foi a primeira vez que a entidade realizou dois processos do gênero simultaneamente.
 
Blatter mostra envelope com nome da Rússia,
sede da Copa de 2018 (Crédito: Reuters)

Além de Rússia, Holanda/Bélgica, Inglaterra e Espanha/Portugal estavam na disputa pela Copa de 2018. Para o Mundial seguinte, brigavam Qatar, Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Austrália.

Será a primeira vez que a Rússia receberá um Mundial. Em sua candidatura, o país destacou a importância que a competição terá para o desenvolvimento local.
- Vocês confiaram em nossa candidatura e prometo que não irão se arrepender. Faremos história juntos - afirmou o vice primeiro ministro da Rússia, Igor Shuvalov, logo após o anúncio.


Pela Copa-18, russos mudam calendário do futebol

Programação seguirá a mesma utilizada pelas principais ligas nacionais da Europa


A Rússia planeja, a partir de 2011, adequar seu calendário ao das grands ligas da Europa - atualmente, segue um padrão parecido com o futebol brasileiro. Várias questões estão envolvidas nesse processo: proteção contra a saída de jogadores no meio da temporada, qualidade técnica por estar jogando no mesmo período das grands ligas e... O Mundial. Já de olho em 2018, o futebol do país teria de parar suas atividades por conta da Copa, já que a competição local estaria ainda na metade.

Vagner Love é um dos principais jogadores brasileiros
em atividade no futebol russo (Crédito: Reuters)

O atacante brasileiro Vagner Love do CSKA, já tem ideia do que acontecerá. Faltando um jogo para o fim da atual temporada russa, o artilheiro explica a transição:

- O campeonato que estamos jogando segujirá normalmente e terminará no fim do ano. O próximo será um pouco mais longo e dividido em três partes, pelas informações que tenho. Começa em março, tem uma parada no meio do ano, volta em agosto e segue até o fim do ano, quando para novamente. Em 2012, retorna a competição em março e termina em maio. Assim, no segundo semestre de 2012, o calendário estará igual ao do restante da Europa - disse.

Além disso, serão construídos diversos campos com grama sintética, por conta do frio no inverno russo. Muitos deles estarão em 2018.


Qatar flexibilizará tabus por conta do Mundial de 2022

Álcool será liberado em mais lugares no país, enquanto o controle na emissão de vistos será flexibilizado

Para conquistar o direito de sediar o Mundial de 2022, o Qatar teve de dar garantias de que flexibilizaria alguns tabus existentes no país. Por conta da religião islâmica, por exemplo, o consumo de álcool é proibido em ambientes públicos, com exceção de hotéis.
Tradicionalmente, a Fifa possui parceiros no mercado de bebidas alcoolicas - hoje, a fabricante de cerveja americana Budweiser é uma das principais patrocinadoras do Mundial. Uma das exigências da entidade para os anfitriões da Copa é que seja permitida a venda de alcool nos estádios.

- Acredito que isso não será um problema. O alcool não é permitido à população local, mas sempre respeitamos os visitantes. Haverá zonas dedicadas, como as fan zones, onde se poderá consumir, além de hotéis restaurantes e bares - explicou o diretor de comunicação da candidatura qatariana Nasser Al-Khater.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, mostra envelope
 com nome do Qatar, sede de 2022 (Crédito: EFE)

O islamismo também determina cinco orações diárias, do amanhecer até o por do sol. Durante as rezas, os estabelecimentos comerciais praticamente param nos países muçulmanos. Para a candidatura do Qatar, no entanto, este não será um problema durante o Mundial.
- O país estará aberto a todos os fãs - afirmou Al-Khater.


Para Del Bosque, decisão da Fifa busca expandir prática do futebol


Técnico campeão do mundo diz que candidatura de Espanha e Portugal estava preparada para derrota na eleição desta quinta-feira.


Campeão mundial com a Espanha neste ano, o técnico Vicente del Bosque fez parte da comitiva da candidatura ibérica, que uniu espanhóis e portugueses na disputa para organizar a Copa do Mundo de 2018. Após a derrota para a Rússia, o treinador afirmou que a decisão da Fifa serve como tentativa de levar o futebol para vários cantos do planeta.


- Não é uma decepção. A Espanha tinha todas as condições, mas não deu. A Fifa buscou outros critérios para expandir a prática do esporte para outras regiões do mundo. Estávamos preparados - disse Del Bosque ao "SporTV".


Vicente Del Bosque - técnico da seleção Espanhola.

Os representantes portugueses têm pensamento parecido ao do treinador da Fúria. O secretário de Estado da Juventude e do Esporte do país, Laurentino Dias, acha que a escolha da Fifa por Rússia e Qatar, que receberá o Mundial de 2022, foi tomada "em função de novos mercados e soluções".


Gilberto Madaíl: "Há que rever muitas coisas no futebol"


Na primeira reação após a derrota da candidatura ibérica na corrida ao Mundial 2018, Gilberto Madaíl disse que no “futebol há ganhar e perder”, mas quando questionado sobre a melhor nota de Portugal-Espanha face à Rússia nos relatórios técnicos desabafou que há muitos aspectos que devem ser revistos.

“É preciso rever muitas coisas no futebol. Não digo isto por perder”, desabafou o líder da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), sem entrar em mais detalhes.

A crítica de Madaíl surgiu já depois de Miguel Ángel López, diretor-geral da candidatura ibérica, ter exprimido a sua insatisfação pela desvalorização dos relatórios técnicos, que davam melhor nota a Portugal/Espanha do que à Rússia, que viria a vencer na escolha do comité executivo.

Gilberto Madaíl (D): "há que rever muitas coisas no futebol"

“Parece-me bem que não seja sempre nos mesmos continentes”, disse Ángel López: “Neste caso não teriam sido necessárias as visitas dos técnicos da FIFA porque se a decisão final é uma questão de mundialidade do futebol, vem-se só à votação e poupa-se algum dinheiro.”


Apesar destes desabafos de algum ressentimento, Madaíl sublinhou que há “que dar os parabéns à Rússia” e destacou estar de “consciência tranquila”. “Fizemos todos os possíveis”, defendeu o dirigente.
 
Gilberto Madaíl foi ainda questionado sobre se esta derrota afeta a sua decisão sobre uma eventual recandidatura às eleições da FPF, que deverão realizar-se no início de 2011, ligação que o dirigente recusou: “Não tem nada a ver”, respondeu, sem dar mais pistas sobre se entrará ou não na próxima corrida eleitoral.





Abraços






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