domingo, 2 de março de 2014

Pepe Guardiola: "Ele faz o time jogar".

Quando Guardiola deixou o Barcelona para cumprir seu ano Sabático, muitos arregalaram os olhos, não entenderam como um técnico multi campeão, abandona uma equipe que ele construiu e moldou. E suas conquistas: os 14 títulos em 4 anos, o esporte mundial simplesmente abriu a boca e nada entendeu. Só ficou uma pergunta no ar. Porque Pep parou? Mas qual o significado desta palavra "sabático"? Se respondeu que essa palavra tem alguma coisa a ver com a religião judaica, não está totalmente errado. O termo tem origem na palavra sabá, período entre a sexta-feira e o sábado em que os judeus se dedicam ao descanso religioso, quando não realizam nenhum tipo de atividade física.
Esse não deixa de ser, de certa forma, o sentido do período sabático. O costume de aplicar essa tradição religiosa para melhorar a produtividade das pessoas surgiu nas universidades americanas no século 19, onde a licença sabática era concedida com o propósito de garantir ao professor o afastamento de suas atividades pelo tempo necessário para uma reciclagem profissional. 
Na gestão de uma carreira, o projeto sabático (que tem duração média de 6 meses a 1 ano) é uma decisão conjunta entre a empresa e o profissional, que suspende suas atividades normais para dedicar-se a uma atividade que permita refletir e avaliar sua vida profissional e pessoal. No caso específico de Guardiola, não houve acordo com nenhuma empresa, o acordo foi com ele mesmo.
Agora pergunto. Quantos profissionais ligados a área de futebol ou a área Desportiva tiveram essa linha de pensamento ou coragem que Josep Guardiola teve ao deixar o comando do Barcelona, na época o melhor time do mundo, o técnico sendo aclamado por todos como referência de um grande esquadrão para fazer uma "reciclagem profissional". Ou Guardiola é um visionário ou está muito a frente de seu tempo. O período sabático é programado para repensar e buscar evolução na vida profissional e pessoal. 
E parece que esse período foi especial, basta ver a equipe do Bayern jogar e verá uma diferença gritante na técnica, na tática e na dinâmica de jogo. É uma equipe ofensiva,  não só por marcar muitos gols, marca a saída de bola do adversário, pressiona os 90 minutos, se defende com a mesma eficiência que ataca, por isso toma poucos gols, valoriza a posse de bola e faz a alegria do torcedor, do telespectador e deixa a clara certeza que o verdadeiro futebol é o que pratica as equipes dirigidas por Pep. 
O Barcelona de hoje quando muda a maneira de jogar não consegue bons resultados. Eles voltam para o tradicional, o que foi implantado por Pep para jogarem como grande. Eu fico sempre me perguntando, porque no futebol Brasileiro não se consegue fazer esse tipo de jogo? Já que o próprio Guardiola afirmou em recente entrevista que: "quem me ensinou a jogar assim foi o Brasil". Então onde está o erro? Na formação dos atletas Brasileiros ou na formação dos técnicos Brasileiros? Já estou chegando a conclusão que o erro está na formação dos técnicos. Sabem o motivo? Quantos técnicos que ficam a beira do campo comandando suas equipes tem formação acadêmica? Quantos encerraram sua profissão como atleta e se direcionaram para uma formação mais eficaz ou direcionada para o futebol para depois dirigir as equipes. Não é só para treinar os atletas, é para direcionar um atleta, é para moldar uma estrutura para um clube, para uma agremiação, para uma nação.
Quantos técnicos buscam uma evolução. O problema da formação pode não estar no atleta e sim em quem o orienta, quem o direciona. Concordo quando alguns comentaristas dizem que o problema está na base, no início da carreira, sou obrigado a concordar. Só não concordo com a maneira que esse atleta está sendo moldado.
Já que jogar é colocar uma equipe em campo a imagem do treinador, ou a sua ideia de jogo, cabe uma pergunta. Se o técnico não tem formação, como terá idéias para moldar e fazer com que o atleta que está em formação o represente em campo? 
Para que o treino se constitua verdadeiramente como treino, tem que haver uma carta de intenção, um caderno de compromisso que deve funcionar como representação dos aspectos do futebol, falo do seu conjunto. 
O processo de treino não é provocar e originar alterações no comportamento dos atletas (jogadores) e da equipe (coletiva), em desempenho? 
Que essa preocupação termine, que a CBF se preocupe em formar profissionais, deixe de paternalismo e apague essa falha na contribuição para um melhor atleta.

Treino do Bayern 




Abraços
Fonte:
www.youtube.com
www.http://carreiras.empregos.com.br

Nenhum comentário: