Eternidade é um
conceito filosófico que se refere no sentido comum ao tempo infinito; ou ainda
algo que não pode ser medido pelo tempo, porquanto transcende o tempo. Se
entendermos o tempo como duração com alterações, sucessão de momentos, a
Eternidade pode sim ter uma duração com alterações e sucessões.
Esta pequena
introdução se refere à seleção Espanhola. A Copa do Mundo é disputada a cada 4
anos, esse tempo foi determinado pela entidade máxima do futebol, a FIFA. Desde 2008 a seleção Espanhola vem assombrando
o mundo com um futebol de encantar. Chegou ao ápice em 2010 com a conquista da
Copa do Mundo na África do Sul. Pois bem, de 2010 até 2014 se passaram os
mesmos 4 anos. A equipe pouco mudou, os principais atletas permaneceram:
Casillas, Piquet, Sergio Ramos, Alba, Sergio Busquet, Xabi Alonso, Xavi,
Iniesta, Villa, Fernando Tores, Cesc Fabregas, Davi Silva, Pedro, a base,
remanescentes de uma época de ouro. Para muitos a mais brilhante seleção
Espanhola de todos os tempos.
E por que o tempo foi tão cruel com esses
atletas? A maioria dos atletas joga no futebol Espanhol, a seleção continua
tendo a base de Barcelona e Real Madrid. Se a equipe do Barcelona não conseguiu
vencer na temporada 2013/2014, não se pode dizer o mesmo do Real Madrid, foi
campeão da Copa do Rei da Espanha e conseguiu o título mais emblemático:
campeão da Champions League 2014.
Uma imagem é melhor do que mil palavras
Sneijder e Robben vibram. Casillas desolado.
Neste mundial
disputado no Brasil, a seleção Espanhola em alguns momentos demonstrou apatia,
displicência, cansaço, típico de uma equipe desgastada, que quer descanso. Essa
mesma apatia, displicência e cansaço a equipe do Barcelona apresentou nos
campeonatos que disputou. Se observarmos a escalação do Barcelona faz
referência à seleção Espanhola. Então, quantos atletas do Barcelona são
titulares ou começaram jogando contra a seleção Holandesa. 1) Piquet; 2) Alba;
3) Sergio Busquets; 4) Xavi; 5) Iniesta; 6) Pedro entrou no jogo e 7) Cesc
Fabregas entrou no jogo, ou seja, começou com 50% e terminou com 70%.
Posso estar
equivocado em minha analise, o cansaço estava evidente em cada ação dos
atletas. Alguns falaram em pouco tempo de preparação, falo em síndrome de overtraining e
supertreinamento. Estas síndromes ocorrem quando o atleta faz mais
exercícios do que seu corpo é capaz de se recuperar. As consequências,
no entanto, vão da ordem muscular, passando por problemas nas articulações, e
resultam em malefícios ao sistema imunológico e ao aspecto psicológico do atleta. O overtraining tem
incidência a médio e longo prazo, e implica em problemas das mais diversas
ordens, como insônia, lesões agudas e crônicas, o sistema hormonal se
desequilibra, irritabilidade, diminuição do desempenho e alteração da pressão
arterial.
Uma das
consequências de treinar e jogar sempre com intensidade alta é a ocorrência de
mudanças na funcionalidade do hipotálamo. Assim quando o hipotálamo não
consegue reagir adequadamente ao estresse imposto ao organismo, resulta em
disfunção neuroendócrina com consequente mudança no comportamento do atleta
(Urhausen et al.,1995).
A literatura
alemã reconhece dois tipos de supertreinamento: a) simpático e; b) parassimpático.
No primeiro caso, a atividade do sistema nervoso simpático é aumentada,
enquanto no segundo, é a do parassimpático que se eleva. O tipo I de
supertreinamento é observado com frequência em esportes envolvendo grupos de
atletas de esportes coletivos como: futebol, handebol e basquete por exemplo. O
do tipo II é mais comum em atletas especialistas em provas de longa duração
como maratona (Lehmann et al.,1998).
Problemas que afetam os atletas:
ü Perda de condicionamento
físico com perda de força e resistência;
ü Dor muscular persistente;
ü Sensação de fadiga crônica;
ü Elevação significativa da frequência cardíaca
em repouso (este é um sinal bem típico);
ü Mudança de humor com quadro de depressão e
irritabilidade;
ü Queda da resistência
imunológica;
ü Perda da qualidade do sono.
Uma das formas de tratamento é a redução do treino e
competição. Com relação a este paragrafo, faço uma pergunta. Uma equipe como o
Barcelona pode se dar ao luxo de abrir mão de seus principais atletas? Durante
a temporada regular tem: Super Copa do Rei da Espanha, Campeonato Espanhol,
Copa do Rei da Espanha e Champions League. Sendo necessário disputar essas
competições ainda viu esses atletas disputarem as eliminatórias para Copa de
2014. Nas competições principais tem como adversários são: Real Madrid,
Atlético de Madrid, Borussia Dortmund, Chelsea e outros. E na sequência tem a
Copa do Mundo que está sendo disputada no Brasil. Um calendário desumano que
não me deixa duvidas sobre o dilema que esses atletas estão enfrentando.
Outro detalhe importante – Dos 4 atletas que jogam no meio
campo da seleção Espanhola, 3 tem idade acima dos 30 anos. Todos tem uma genética
privilegiada para jogar futebol tecnicamente.
A seleção Holandesa possui 3 atletas com 30 anos. Sneijder
continua a jogar um futebol técnico apesar do declínio físico aparente. Não
possui a mesma dinâmica apresentada na Copa de 2010 disputada na África do Sul.
Van Persie e Roben também têm 30 anos. Só que esses dois privilegiados
geneticamente. São rápidos, fortes e habilidosos. Levaram nítida vantagem sobre
Piquet e Sergio Ramos. Possuem força, velocidade, resistência, agilidade,
coordenação, habilidade e técnica. Todos esses itens ficaram evidentes no
segundo gol de Robben, um espetáculo, um gol inesquecível para os amantes da
nobre arte.
Esta Copa está sendo notabilizada pela juventude, seleções
mais jovens conseguem se defender e atacar com a mesma desenvoltura.
Abraços
Fonte:
1. www.youtube.com
2. Compreendendo a BARREIRA do Rendimento Físico. Benedito Pereira e Tácito Pessoa de Souza Jr. São Paulo: Phote, 2005.
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