sábado, 10 de julho de 2010

Os Deuses do futebol agradecem. Espanha e Holanda fazem a final da Copa da África 2010.

Jogar futebol com técnica e habilidade sempre foi privilégio de poucos atletas. O atleta que consegue dominar, passar, lançar, driblar e ainda fazer gol, e no futebol contemporâneo marcar, pode ser considerado craque de bola. Imagine uma equipe com dois atletas com todos esses privilégios, mais uns quatro com técnica apurada, mais uns quatro que conseguem passar bem a bola, e um atleta quando exigido consegue impedir que o ataque adversário consiga fazer gol. Junte-se a tudo isso, uma equipe determinada, disciplinada e atuando com frieza. Imagine um jogo bonito, com uma única preocupação, encantar o torcedor. Se você leitor quer ver tudo isso, assista a final da Copa da África entre Espanha e Holanda.
Essa disposição em apresentar um belo futebol, buscar incessantemente a posse de bola é até compreensível, tudo isso para fugir do cotidiano que vem aterrorizando os gramados, o futebol de faltas, chutões, limitação técnica, medo de jogar. Esta limitação não sé só de atletas, mais de comissão técnica com conceito sobre futebol de resultado, talvez seja um dos motivos da regressão do bom futebol.
A dialética do futebol aponta para duas direções: o treino contextualizado onde a técnica, a tática, as capacidades física e psicológica caminham juntas em um plano do conhecimento ou segue outra direção com o treino das capacidades físicas separada da técnica e tática. Os sistemas são antagônicos e limitados por um ideal.
As duas seleções evoluíram nos últimos dois anos é com um futebol bonito iram fazer a final da Copa da África. Relembrando o leitor sobre a Eurocopa de 2008, nas quartas de final a seleção Russa eliminou a Holanda em um jogo maravilhoso vencendo por 3X1. A Alemanha eliminou a seleção Portuguesa por 3X2. A seleção Turca eliminou a Croácia nos pênaltis pelo placar de 3X1, o jogo no tempo normal terminou 1X1. A Seleção Espanhola eliminou a seleção Italiana também nos pênaltis pelo placar de 4X2, o jogo no tempo normal foi 0X0, com amplo dominio dos Espanhóis. Na semifinal a Alemanha eliminou a Turquia por 3X2 no tempo normal e a Espanha venceu a Rússia pelo placar de 3X0. A final foi entre Espanha e Alemanha. A seleção Espanhola tornou-se campeã vencendo a Alemanha no tempo normal por 1X0 gol de Fernando Torres. Mesmo placar na semifinal da copa da África com um gol de David Villa. O técnico da seleção Espanhola era Luis Aragonés e o da Alemanha permaneceu Joachim Löw.
A seleção Espanhola trocou o comando técnico, saiu Luis Aragonés e entrou Vicente Del Bosque, Marcos Senna lesionado e tendo atuado pouco no campeonato espanhol foi substituito por Sergio Busquets, Marchena esstá no banco cedeu lugar para Piquét que forma a dupla de zaga com Puyol no Barcelona. Fabregas foi substituido por Iniesta (craque de bola) e Silva que está no banco foi substituito por David Villa.
A seleção Holandesa trocou o comando técnico. Marco Van Basten foi substituido por Bert Van Marwijk. Van Bommel, Robben, Sneijder, Kuyt e Van Persie, permanecem jogando o mesmo futebol de excelência.
As duas seleções com a bola no pé têm o mesmo objetivo, jogar futebol, dar espetáculo, fazer com que os torcedores saiam do estádio em êxtase por terem presenciado técnica, habilidade e inteligência de jogo. Quando o artista é guiado pela visão do educador (técnico), sua atuação será sempre verdadeira. O atleta acredita que a arte de jogar seja inseparável do homem, afinal, a arte, a criatividade é uma criação particularmente humana e, como tal, o homem e a bola adquire o mesmo patamar. Ver Robben, Sneijder, Iniesta, Xavi, Villa é contemplar a beleza de uma obra de arte, e assim atribuída por critérios tais como proposição, simetria e ordenação, tudo em sua justa medida.


Abraços

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