sábado, 23 de outubro de 2010

Fernando Baiano se prepara para o Mundial de clubes e desaprova ida de Tite para o Corinthians

Atacante brasileiro jogará o torneio pelo Al-Wahda. Treinador comandava o clube árabe, mas decidiu assumir o time paulista
Mário André Monteiro, iG São Paulo

O Mundial de clubes da Fifa começa no dia 8 de dezembro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, e logo no primeiro jogo terá brasileiro em ação. O atacante Fernando Baiano, revelado no Corinthians e atualmente no Al-Wahda, entra em campo pelo time da casa contra o Hekari United, equipe de Papuá Nova Guiné.

Tite era o treinador do Al-Wahda e comandaria a equipe de Fernando Baiano, Magrão e Hugo no Mundial, mas preferiu acertar com o Corinthians para a sequência do Brasileirão. "Eu respeito a decisão que ele tomou, mas não concordei", revelou Fernando Baiano em entrevista exclusiva para o iG.
Fernando Baiano considera o momento que vive atualmente o melhor da sua carreira, mesmo atuando no mundo árabe, sem grande repercussão internacional. O atacante ainda falou que sua maior frustração foi nunca ter sido convocado para seleção brasileira principal e admitiu que o sonho é cada vez mais difícil de se realizar. "Se antes era difícil, agora mais ainda. Sou realista", disse.


Fernando Baiano no seu apartamento em Abu Dhabi


Entrevista com Fernando Baiano:

iG: Como está a preparação do Al-Wahda para o Mundial de clubes?
Fernando Baiano: O grande objetivo do clube esse ano é fazer um grande trabalho no mundial, até porque fomos campeões no ano passado. Aqui em Abu Dhabi vai ser o último ano, e vai ser um privilégio jogar na nossa cidade. Estamos trabalhando bem na liga nacional e o pessoal está bastante ansioso para começar logo a competição. A ideia é ganhar o primeiro jogo e pegar um time maior depois.

iG: E a torcida?
Fernando Baiano: Onde eu jogo os públicos até que são bons, mas no geral os estádios são vazios, com capacidade pequena. Aqui é diferente, tem o calor, o pessoal prefere assistir em casa, no ar condicionado, e não tem tanta essa paixão por futebol. As pessoas não são tão fanáticas.

iG: Você joga com o Magrão, ex-Corinthians e Inter, e com o Hugo, ex-São Paulo e Grêmio. Como foi a adaptação deles no time?
Fernando Baiano: Fui o primeiro a chegar, o Magrão chegou depois. O Hugo chegou agora, estreou recentemente porque estava com problema de documentação e vem sendo titular. Ele está com dificuldade com relação ao clima, que é muito calor. Nós três somos titulares e vamos com tudo para o Mundial.

iG: O Tite era treinador do seu time, mas acertou com o Corinthians. Teve algum tipo de conversa pedindo para ele ficar?
Fernando Baiano: Não tem nem como pedir isso. Eu respeito a decisão que ele tomou, mas não concordei. Nós temos a expectativa de fazer um grande trabalho no Mundial, passamos a confiança para ele, mas foi uma decisão dele, ele é profissional. Assumir o Corinthians é um sonho de todos os treinadores. Ele fez só quatro jogos aqui e quis optar por ir embora. Só tenho que desejar boa sorte.

iG: E sua passagem pelo Celta de Vigo?
Fernando Baiano: Todo mundo lembra daquele Fernando do Celta de Vigo. Joguei a Liga dos Campeões contra os grandes times da Europa. Aqui estou no meu 3º ano, já fui artilheiro, e eu considero que minha melhor fase é a que estou vivendo agora, pela experiência, confiança, mas infelizmente o futebol árabe não te dá a repercussão.

Atacante brasileiro em ação pelo Celta de Vigo

iG: Você já passou dos 30 anos. A aposentadoria é um assunto com o qual você já está tratando?
Fernando Baiano: É uma coisa que não parei para pensar, é triste. Nenhum jogador planeja o fim da carreira. É prazeroso você sentir as dores musculares dos jogos, concentração, viagens. Vai ser triste, não sei fazer outra coisa a não ser jogar futebol, mas pretendo cuidar da minha família no Brasil. Espero jogar muito mais anos.

iG: Você nasceu em São Paulo?
Fernando Baiano: Sou paulistano da gema.


iG: De onde veio o "Baiano" do seu nome?
Fernando Baiano: Eu tive um treinador que chama Mirandinha, jogou no Corinthians e São Paulo, e ele sempre me chamava de baiano no treino. De brincadeira. Geralmente em São Paulo o pessoal costuma chamar os outros de baiano. E acabou pegando o apelido, desde meus 14 anos. Fernando Baiano pegou, virou a marca registrada.

iG: Qual é seu jogo inesquecível?
Fernando Baiano: Eu tive vários jogos legais, mas com certeza Corinthians x Cerro Porteño, pela Libertadores (em 1999). Marcar cinco gols no jogo foi especial, foi uma noite perfeita. Não tem como marcar cinco gols numa competição dessa e até hoje o torcedor corintiano lembra daqueles 8 a 2.

iG: Qual o gol mais importante da sua carreira?
Fernando Baiano: Talvez o pênalti no Mundial de 2000, pelo Corinthians. Não foi no tempo normal, mas ajudou a dar o título para nós. Esse gol repercutiu demais, eu era jovem. Fico com esse gol de pênalti.

iG: Você teve boa passagem pela seleção brasileira sub-20. Por que acha que não teve sequência no time principal?
Fernando Baiano: Essa é a maior frustração da minha carreira. Eu sou um cara realizado, sou grato por tudo, mas não ter chegado à seleção principal é uma coisa que vai marcar pelo resto da minha vida. Não joguei nada, nem amistoso. Foi mais pela concorrência. Os jogadores da minha posição tinham muita qualidade, jogadores melhores que eu, tenho que assumir. Em certo momento, pelo menos no Celta, tive uma fase boa, eu poderia ter tido uma oportunidade, até porque joguei bem no Mundial sub-20. Não deu, fazer o que né?

iG: O nível do futebol árabe é baixo?
Fernando Baiano: Teve muito brasileiro que veio para cá e não conseguiu jogar. O nível não é o mesmo da Europa, claro, mas como eu falei, estou numa fase boa, fisicamente bem, então acho que meu momento é bom para sair os gols. Não é fácil jogar aqui, eles correm muito, tem muito calor...

Fernando Baiano no começo da carreira, no Corinthians

iG: E a adaptação nos Emirados Árabes? É fácil viver aí?
Fernando Baiano: A língua não é tão complicada, porque aqui a gente fala inglês. Aprendi a falar e me comunico bem. A vida é excelente, é o melhor lugar que já vivi na vida, em relação à tranquilidade, paz. Aqui tem praia, bons restaurantes, shoppings. É uma cidade pequena que tem tudo. Morei no frio da Alemanha, na Espanha, onde a língua era mais fácil, mas aqui é incomparável.


Fifa abre processo contra dois membros por suposta corrupção
Jornal britânico "Sunday Times" acusou participantes do Comitê Executivo da entidade de trocarem dinheiro por votos para a escolha da sede das Copas 2018 e 2022
iG São Paulo

A Fifa afirmou nesta segunda-feira que iniciou um processo contra dois membros de seu Comitê Executivo. A entidade quer saber se eles violaram o código de ética no caso da suposta corrupção revelada pela imprensa inglesa. Segundo o jornal "Sunday Times, membros da Fifa pediram dinheiro em troca de votos para a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. Amos Adamu, da Nigéria, e Reynald Temarii, presidente da Confederação de Futebol da Oceania, são os acusados.
"A Fifa iniciou um processo contra dois membros do Comitê Executivo com o fim de esclarecer se infrigiram o Código de Ética", informou a federação em um comunicado. Adamu e Temarii são dois dos 24 membros do Comitê Executivo da Fifa que terão direito a voto nas eleições das sedes da Copa, que será realizada no próximo dia 2 de dezembro. Eles foram flagrados pelos repórteres do jornal inglês, que se passaram por empresários norte-americanos.

Manchete do "Sunday Times" mostra conversa entre os repórteres e Adamu


A organização também solicitou "encarecidamente ao Presidente da Comissão de Ética que leve a cabo quantas ações achar necessárias, entre as quais se inclui a adoção de medidas provisórias caso sejam dadas as condições necessárias", segundo o comunicado.
No documento, a Fifa confirmou "que o fato de combinar o voto, como alegado na informação publicada" pelo jornal britânico "Sunday Times", "constitui uma clara infração das bases do registro de candidatura e do Código Ético". "Por este motivo, foi aberta uma investigação contra as associações membro acusadas e seus respectivos comitês de candidatura", apontou o comunicado.
Para a Copa de 2018, são quatro candidaturas, todas da Europa: Inglaterra, Rússia, Portugal/Espanha e Bélgica/Holanda. E para 2022, a disputa está entre Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Catar e Austrália.

O que Adamu e Tamarii pediram aos "empresários"
Segundo o diário inglês, o nigeriano Amos Adamu, membro do comitê executivo da Fifa, pediu 570 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhões) para apoiar a candidatura dos Estados Unidos. O "Sunday Times" chegou a filmar a reunião na qual Adamu assegurava aos dois jornalistas seu voto a favor da candidatura, em troca de dinheiro.
Reynald Temarii, outro dirigente que, de acordo com a reportagem, pediu dinheiro para definir o seu voto, é vice-presidente da Fifa e presidente da Confederação de Futebol da Oceania. Ele teria pedido 1,6 milhão de euros (aproximadamente R$ 3,7 milhões) para uma academia de esportes, segundo o jornal.


Time que inicia disputa de pênaltis tem 60% de chance de vencer, diz pesquisa

Estudo da London School of Economics and Political Science revisou 269 disputas por pênaltis entre os anos de 1970 e 2008
EFE

Um estudo realizado por Ignacio Palacios-Huerta, professor de Economia da London School of Economics and Political Science, chegou à conclusão que a equipe que inicia uma disputa por pênaltis tem 60,5% de chance de vencer.

Em apresentação em Bilbao, o catedrático espanhol explicou que analisou para o levantamento, junto com José Apesteguía, professor do departamento de Economia da Universitat Pompeu Fabra, 269 disputas por pênaltis, o que somou 2.820 arremates entre os anos de 1970 e 2008.

Disputas de pênaltisProfessor quer levar análise para Fifa,
Uefa e Federação Espanhola de Futebol

A pesquisa, que será publicada em dezembro pela revista "American Economic Review", concluiu que a equipe que realiza a primeira cobrança em uma disputa por pênaltis tem 21% mais chances de vencer seu rival, que vê sua probabilidade reduzida para 39,5%.

"É uma loteria, mas não é uma loteria 50/50, e sim uma 60/40", resumiu Palacios-Huerta, também doutor em Economia pela Universidade de Chicago. Segundo o levantamento, a vantagem para a equipe que cobra primeiro em partidas entre seleções é de 24%; enquanto no caso de jogos nacionais é de 17%.

Segundo o estudo, probabilidades mudam se disputa
de pênaltis for entre seleções


No caso de a disputa ser realizada em campo neutro, o time que bate o pênalti primeiro tem 14,8% mais chance de vencer, número que sobe para 24,4% a favor de quem inicia as cobranças no caso de haver um visitante.

Segundo o professor, as casas de apostas não levam em conta os resultados obtidos pela sua pesquisa, então "com paciência suficiente para apostar sempre na equipe que começa", ganhar dinheiro está "garantido" em um prazo de dez anos.
Palacios-Huerta comunicará os resultados de seu levantamento à Fifa, à Uefa (União das Federações Européias de Futebol) e à RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol) para que adotem métodos para corrigir este desequilíbrio.

Abraços


Fonte:


http://esporte.ig.com.br/futebol/2010/10/19/fernando+baiano+se+prepara+para+o+mundial+de+clubes+e+desaprova+opcao+de+tite+em+ir+para+corinthians+9747055.html
http://esporte.ig.com.br/futebol/2010/10/18/fifa+abre+processo+contra+dois+membros+por+suposta+corrupcao+9745094.html
http://esporte.ig.com.br/futebol/2010/10/14/time+que+inicia+disputa+de+penaltis+tem+60+de+chance+de+vencer+diz+pesquisa+9689097.html



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